quarta-feira, 16 de março de 2011

Um Dom de Deus

Pífano instrumento indígena


Durante o tempo em que vivi em fortaleza foram  momentos inesquecíveis, dos 7 ao 12 anos morei lá, apesar de ter sido uma vida carente, mas nunca senti falta de nada, o pouco que tinhamos era o suficiente para vivermos. 
A única coisa que me deixava triste mesmo era o meu pai beber pinga, e depois ele e minha mãe brigarem, isso realmente me deixava triste e envergonhada. Mas fora isso meus pais eram tudo pra mim aqui na terra e eu os amava muito, e me sentia muito bem ao lado deles.
Quando meu pai não bebia, ele era um bom pai. Minha mãe também sempre foi uma ótima mãe e sempre esteve comigo enquanto viveu. E vou dizer ela amava o meu pai, porque senão não o teria aguentado por tanto tempo na vida do vício do alcool e outras coisitas mais... o que me chateia e saber que alguns da  família do meu pai ainda acusava minha mãe, mas somente eu, ela e Deus claro, sabemos o que é conviver com uma pessoa com problema que meu pai teve. E me lembro que a família era boa pra criticar, mas ajudar nunca foi capaz, pois sempre que chegávamos na casa de alguns parente sempre tinha uma maldita cachacinha pra ofercer para o meu pai. 
Meu pai sempre nos contou, que para o meu avô era honra um homem beber cachaça, meu pai também nos contou que seu pai já lhe dava cachaça ao 7 anos de idade. Sei que era pura ignorancia de meu vô. Muitos homens antigos achavam que para ser homem de verdade, tinha que beber e ser mulherengo. E isso meu pai sabia fazer muito bem. Amava meu pai e sentia muita dó por toda essa situação. Pois não era culpa dele.
Meu pai, fora essa doença do alcoolismo, era uma ótima pessoa; trabalhadora,  divertida e muito talentoso, e graças a Deus eu e minha filha herdamos dele um dom maravilhoso. O dom da música, meu pai amava tocar, aprendeu tocar violão, flauta, pífano um instrumento indígina, que ele mesmo fazia, ele fazia com a taboca, uma matéria parecida com um bambu.
Sabe, amo lembrar os poucos momentos bons que passei ao lado de meu pai, ele gostava de tocar e eu era a cantora... rs... hoje por causa desse talento do meu paizinho, eu e minha filha tocamos e cantamos louvores na nossa igreja. Louvado seja Deus!

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